13/01/2008

Farei meus próprios filmes

Meus dedos não sentem o toque
Meus olhos não enxergam nada
Tudo uma invenção
Minha alma, minha história
Tudo uma criação
Sem margem a um replay sequer...

Preciso dizer que isso me diverte?
Preciso agradecer aos quatro elementos?
Preciso implorar ao capital?

Não pude escolher nem as cores do meu personagem
e me jogam na primeira cena boba de uma comédia hollywoodiana
sem nem ao menos lembrar que eu atuaria melhor num drama
ou em uma tragédia
ou em uma dança nas trilhas loucas
E que relaxaria ao som da natureza, dos galhos quebrando
mas não,
Ao invés
foi ao som das construções grossas de concreto que fui encurralada
esmagada
E agora, preciso pedir conselhos?
Ajudar para que o ângulo fique mais belo?

Não creio que necessite participar desses takes
Não creio e reluto!
Me faço de boba,
Me faço de nada se preciso for
Somente pra não compactuar
Pra borrar de tinta o papel, a vida
com minhas próprias mentiras
com minhas próprias histórias

Não posso jogar o jogo destes muitos que nem vejo,
que nunca, nem de longe senti a fragrância.
Posso apenas jogar com minhas poucas bobagens
a encenação encarnada a minha maneira
com começo, meio e fim que eu mesma quiser
que a minha mente fluir

Que o meu colo sinta apenas a quem meu corpo não enjoa!
Quem meu tato reconhece e Quem o canto me liberta.

Fernanda Ansolin

3 comentários:

Samael disse...

Uau, mulher! Fiquei impressionadíssimo, eu não fazia idéia que você escrevia tão bem.
Por que você escondeu isso de mim por todo esse tempo?
Ahhhhhhhhhhhhhhhh, muito, muito, muito bom!
Parabéns, continue assim. :)

Silvio Somer.

débi disse...

Noossa Nanda muito perfeito...
tu já escreveu outros? o último parágrafo é muito massa...
Muitas saudades!
beijãoooo futura escritora :@@

Anônimo disse...

tri afude!